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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Crítica: "You Will Meet a Tall Dark Stranger"


Acho incrível como alguns filmes sofrem de uma falta de promoção incrível. Enquanto se vê mil promos e teasers e tudo o mais de filmes como "Tron"(e com isto não quero dizer que tenho algo contra o filme) filmes como este -"You Will Meet a Tall Dark Stranger"- parecem entrar nas salas do cinema totalmente despercebidos. Ou eu ando extremamente distraída e com um azar incrível de não me deparar com nada sobre o mesmo, nem em sites, nem blogues, nem em nada... Esta chata introdução serve para enfatizar o facto de ontem ter ido ver este filme 'porque calhou'. Na realidade não fazia ideia de que estava em cartaz ou iria estar, não tinha visto nada em concreto sobre o mesmo antes, mas mesmo assim resolvi ir vê-lo.

"You Will Meet a Tall Dark Stranger" tem todos os traços típicos dos outros filmes de Woody Allen., que podem ser facilmente identificados por aqueles que já conhecem o seu trabalho. Um narrador mais ou menos interventivo, personagens bem problemáticas, mas ao mesmo tempo realistas, e um tema (s) concreto(s) que pode até ser muito banal - o medo de se ficar sozinho , a conformidade e a procura da pessoa perfeita-, porém o realizador aborda-o(s) de um novo prisma. É isso que acontece neste filme também.

Os cenários de Inglaterra são inconfundíveis. E agradáveis à vista. Os carismáticos táxis e o sol soalheiro que acompanham as cenas são também pontos marcantes do filme. O deambular das personagens, geralmente, apenas entre dois espaços também é interessante de se ver.Por outro lado, nem tudo é 'arte' e pensado para agradar o público. Do início ao fim, o espectador mais atento, percebe uma evasão e abuso descomunal de publicidade a marcas bem conhecidas espalhadas cena a cena - são algumas delas, que me ficaram na memória, a cerveja Corona, o refigerante Pepsi e a Nike. Acho algo um bocado desrespeitoso porque nem se fica por estar tacitamente incluído no filme, mas, enfim.
Algumas das caras escolhidas para integrarem o cast são bem conhecidas. Naomi Watts, Antonio Banderas, Gemma Jones, Pauline Collins, Anthony Hopkins, Josh Brolin, Freida Pinto preenchem o ecrã. No entanto, nunca esperei ver a Naomi Watts num filme de Allen, desculpem os estereotipos, mas não estava mesmo...Não que esteja mal de todo, mas não me suscita especial empatia. Pelo contrário, Pauline Collins é bem mais eficaz, assim como Hopkins, que também não estava a espera de ver num filme de Allen, mas que consegue ocupar o seu lugar à mesma, representando um senior e os seus problemas. Freida Pinto de Slumdog Billionar também dá o ar das suas graças, hum, ainda estou reticente quanto a esta actriz. A ideia seria parecer franca e ingénua, mas ao vê-la agarrada a Josh Brolin é dificil preservar esse pensamento.
As personagens têm histórias bem interessantes, as peripécias vividas individualmente por cada uma delas são também deliciosas. Isto tudo é muito positivo, a primeira parte do filme corre muito bem, contudo, na segunda parte começa a descambar. Quer dizer, também é um ponto característico de alguns filmes do Allen, que alguns cinéfilos até apreciam, todavia acho que neste filme não resultou. É verdade que um filme não tem de ter um climax obrigatório e bem salientado, e um fim objectivo e bem defenido para todas as personagens, o realizador costuma nem primar por isso, mas, mesmo assim, neste último filme senti que mais do que pontas soltas, nem chegamos a conhecer muito bem o profundo de algumas personagens ou de uma exactamente. Mas a verdade é que este cinema 'realista' de Woody Allen pode justifcar-se com o facto de que a vida não pára assim que desligamos o botão da câmara. Talvez seja essa a ideia que o realizador quer reforçar ainda mais e mais...só que não me caiu tão bem como em Whatever works ou vicky Cristina Barcelona...




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