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domingo, 24 de outubro de 2010

Black Dynamit

Black Dynamite, Scott Sanders, 84 min, Estados Unidos, 2010

Imaginem Austin Powers, mais o ambiente dos anos 70, mais mil e um efeitos especiais, muita violência, sexo, imensas acções hiperbólicas e referências à linguagem da blaxploitation. Já imaginaram? Pronto. Então estão perante aquilo que é “Black Dynamite”.

Este filme aspira trazer ao público uma mistura de movimentos cinematográficos. Há nuances daquilo que entendemos por b-movie. Desde o genérico que aparece só depois de uma cena jovial, assim como um certo deslocamento temporal, as próprias personagens, o seu figurino muito estranho, as deixas extremamente cliché e patetas, as acções non-sense e sensação, quase propositada, de pouco cuidado na montagem. Para o público que já tenha visto filmes do género, denota-se nos primeiros minutos a tentativa flagrante de se tentar ridicularizar, no bom sentido, a realização que era feita na altura em que este tipo de filmes saíram – como as explosões muito adulteradas, erros descarados de continuidade, substituição de personagens por outras e mudança da posição de forma inexplicável da personagem.

A nível de cast é difícil avaliar se a prestação é boa ou não. O facto de o filme tentar fazer de propósito uma crítica aos exploitations, filmes de série b e movimentos cinematográficos dos anos 70, faz com que seja difícil apreciar o desempenho dos actores. Michael Jai White (Black Dynamite) é um exemplo. Podemos afirmar que desempenha com eficácia o que lhe parece ser proposto, mas a realidade é que a linha entre o ridículo e a alusão ao estilo dos movimentos é muito ténue.

Contudo, é uma metragem que se vê bem. Tem um grau muito elevado de comicidade, mas que se analisarmos bem percebemos que este exagero tem um propósito. Propósito esse de relembrar um estilo já esquecido, um propósito de fazer um humor diferente, um propósito de tentar trazer o espírito da era da disco – o sexo, o machismo, as roupas e os penteados alucinantes. Todavia, este intuito revela-se também negativo. Para quem não tem conhecimentos da história e movimentos cinematográficos, é difícil entender qual o objectivo do filme. Tal como aconteceu na altura em que o Grindhouse, “Death Proof”, passou nos cinemas português, pois, no fim da sessão, várias foram as pessoas que se queixaram da má qualidade do filme. Deste modo, percebemos com este exemplo que, sem ser contextualizado, o filme pode ser encarado como um desperdício de película.

“Black Dynamite” apresenta-se como uma verdadeira paródia do inicio ao fim, o que leva a que a premissa inicial passe para segundo plano e que o foco esteja apontado a todas as peripécias do protagonista durante todo o filme.

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