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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ele não está assim tão interessado


A comédia dramática, por vezes, pode ser algo mais do que um simples história, em que o rapaz e rapariga ficam juntos no fim. Esse é o caso deste filme, pois, não há uma personagem principal, mas sim, várias personagens principais que se cruzam e influenciam desde o inicio ao fim dos 129 minutos de película. Do realizador Ken Kwapis e da produção de Drew Barrymore chega-nos um filme que bem poderia ser igual a tantos outros do seu género , mas que se particulariza por tentar mostrar o que não fazer numa relação a partir do que se faz, geralmente, numa futura relação. Apesar de abusar um pouco da hiperbolização do comportamento, por vezes, compulsivo do sexo feminino, “Ele não está assim tão interessado” é uma metragem que procura através do exagero dar a conhecer como muitas mulheres reagem a uma nega, após o primeiro encontro. E como seria bem mais simples se encarassem de frente que afinal “Ele não está assim tão interessado”, apenas, e que deveriam seguir em frente, em vez de esperarem ansiosamente por um telefonema, uma mensagem de voicemail, ou qualquer outra forma de feedback. Por isso, depois de visionar este filme, vai deixar de perguntar-se porque é que já esteve sentado à frente do telefone a perguntar-se por que razão ele disse que ligava, mas nunca o fez, ou por que raio a sua relação não avança para o chamado “next step”... E a resposta será ele ou ela, talvez, não estejam mesmo a fim disso, e o que para uma pessoa pode parecer algo, um indício, para a outra pode ser um gesto ao acaso. Baseado no popular livro dos argumentistas do “Sexo e a cidade”, Greg Behrendt e Liz Tuccilo, “Ele não está assim tão interessado ” conta a história cruzada de um grupo de vintões e trintões de Baltimore, que saltam de relação em relação à procura do “tal”, da pessoa perfeita ou imperfeita, em alguns casos, o que nos faz lembrar um pouco as comédias dramáticas do nosso caro Woody Allen. O argumento não é nada de genial, mas é agradável para se ver num bom fim de tarde. As personagens são ricas, possuem um desenvolvimento psicológico relativamente interessante e até um pouco realista, desempenhando o papel de personagens-tipo. Alguns dos actores presentes no filme são bastante conhecidos, ou não fossem eles Ben Affleck, Drew Barrymore, Jennifer Aniston, Jennifer Connely e Scarlett Johansson. Cada par de personagens representa uma fase da relação, o antes, o durante e o depois, isto é, o antes de se conhecerem, do encontro, o durante/namoro e o depois/casamento. A nível técnico, não é um filme muito exigente e não apresenta traços muito vincados. Os cenários são comuns e o guarda-roupa também é bastante normal. A banda sonora é também bastante casual para o género de filme. Não há por isso nada a apontar. Relativamente aos planos são na sua maioria usados planos médios, gerais e de conjunto. Algumas panorâmicas e, esporadicamente, tilts e travellings, mas nada de extraordinário. Deste modo, penso que é um filme a ver, não é fruto de um best-seller, claramente, nem a obra-prima de um grande realizador, porém faz-nos reflectir acerca do nosso papel extremamente convencionalizado, no que toca a relações.

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1 comentários:

ArmPauloFerreira disse...

Interessante review sobre o filme. Adorei tudo o que este filme nos dá. Na verdade, a grandiosidade dele encontra-se mais nas historias do elenco secundário do que no caso da personagem principal (Ginnifer Goodwin). Tudo é oferecido com imensa naturalidade. É daqueles filmes puzzle que lidam com assuntos sérios com imensa descontração mas as subtilezas das situações estão lá e há muitos diálogos acima da media.
É um filme que recomendo.

6 de agosto de 2011 às 19:35

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